Diferença entre justa causa, pedido de demissão e dispensa sem justa causa

Por: Milton Leonardo

Justa causa

A justa causa é a forma mais severa de encerramento do contrato, pois acontece quando o empregador entende que o trabalhador cometeu uma falta grave. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê diversas condutas que podem justificar essa medida, como:

  • atos de indisciplina ou insubordinação;
  • abandono de emprego;
  • embriaguez habitual ou em serviço;
  • ofensas físicas ou morais contra colegas ou superiores;
  • prática de atos de improbidade (fraude, furto, etc.).

Nesses casos, o trabalhador perde a maioria dos direitos rescisórios, recebendo apenas:

  • saldo de salário dos dias trabalhados;
  • férias vencidas, se houver, com acréscimo de 1/3.

Ou seja, não há direito a aviso prévio, saque de FGTS, multa de 40% ou seguro-desemprego.

Pedido de demissão

Já no pedido de demissão, a iniciativa de encerrar o vínculo parte do próprio trabalhador. Aqui, ele deve cumprir o aviso prévio de 30 dias (ou indenizar o empregador caso não queira trabalhar nesse período).

O trabalhador tem direito a:

  • saldo de salário;
  • férias vencidas e proporcionais, acrescidas de 1/3;
  • 13º salário proporcional.

Por outro lado, não poderá sacar o FGTS e também não terá direito ao seguro-desemprego.

Dispensa sem justa causa

A dispensa sem justa causa ocorre quando o empregador decide encerrar o contrato sem que o trabalhador tenha cometido falta grave. É a modalidade que garante a maior proteção ao empregado, justamente porque a rescisão não ocorreu por culpa dele.

Nessa hipótese, o trabalhador tem direito a:

  • saldo de salário;
  • férias vencidas e proporcionais + 1/3;
  • 13º proporcional;
  • aviso prévio (trabalhado ou indenizado);
  • saque do FGTS com a multa de 40% paga pelo empregador;
  • acesso ao seguro-desemprego, se preencher os requisitos legais.

Por que conhecer essas diferenças é importante?

Saber identificar de que forma ocorreu a rescisão faz toda a diferença para garantir que todos os direitos sejam respeitados. Muitos trabalhadores deixam de receber valores significativos por desconhecimento da lei ou por não questionarem irregularidades.

A importância do advogado trabalhista

Cada caso possui suas particularidades, e somente um advogado trabalhista poderá analisar a situação concreta, calcular corretamente as verbas rescisórias e orientar o trabalhador sobre a melhor forma de agir.


Em um momento tão delicado como o fim de um vínculo de emprego, contar com apoio jurídico especializado é a melhor maneira de evitar prejuízos e assegurar que todos os direitos sejam cumpridos.